Autor – Isidro Sousa
Email – iss1973@gmail.com
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Ele fulmina-me constantemente com o brilho dos seus olhos castanhos, olhos que ainda não perderam a malandrice apesar da barriguinha que lhe começa a surgir e dos cabelos que lhe começam a rarear. Quando ele me vê no elevador, observa-me sempre meio de soslaio para que as suas filhas não reparem. Aquelas fedelhas estão constantemente a gritar, a cantar ou a pedir qualquer coisa. Nem percebem que o pai delas tenta seduzir-me descaradamente.
Ele vive com a esposa e as duas pirralhas no quinto andar. Eu habito no andar de baixo, no quarto. Às vezes diz-me bom-dia. Outras vezes passa por mim sem dizer nada. Se a mulher vem com ele, nem me olha. Será que eles ainda fodem? Sei lá. Ela apresenta uma cara meio insatisfeita.
Há tempos, num esplendoroso dia de Sol, eu lavava o meu Renault na rua, em frente ao edifício onde moramos. Fazia um calor danado e eu estava mais molhado do que o carro. Ele vinha a sair do prédio... pára quando me vê, em tronco nu e de mangueira na mão! Quase que o convido para ajudar-me a lavar o calhambeque.
– Vem pegar na mangueira, vem? Esfrega as minhas costas, que eu esfrego as tuas...
Já pensaram? Ali, bem à porta de casa, com a vizinhança inteira a olhar para nós? Quando dou por mim, ele não está mais ali parado. Já vai na esquina mas ainda olha para trás, na minha direcção, e manda-me um sorriso mais do que óbvio. Safado!
Agora não me resta a menor dúvida. É só uma questão de tempo. E esse tempo é curto, ainda bem.
Dias depois, chego do supermercado carregado de sacos e cruzo-me com ele na entrada do prédio.
– Esses sacos estão pesados, não estão? Quer ajuda?
Não eram muito pesados mas é lógico que eu aceito a ajuda. Só quero ver até aonde vai o seu descaramento.
Saímos do elevador no quarto piso. Ele segue-me até ao meu apartamento. Enquanto eu giro a chave na fechadura, ele olha-me fixamente. Vais comer agora ou queres que embrulhe?
– Não quer que eu leve esses sacos para dentro?
– Ah, obrigado. Não lhe quero dar mais trabalho. Você já foi muito gentil.
– Não custa nada – insiste. – Já estou aqui mesmo...
– Tudo bem. Entre.
O que é que eu haveria de fazer para provocá-lo? Já sei, vou deixar cair alguma coisa e abaixar-me para a apanhar. Não, é melhor não! Esse truque é velho... parece a piada do sabonete. Vou manter a classe e fazer-me de difícil, ou de desentendido.
– A minha mulher viajou. Levou as miúdas para visitarem a avó.
– Não me diga! É mesmo?
É por isso que estás aqui, em minha casa? Coitada da tua mulher! Escuta, ela sabe que tu também gostas de homens? Bem, eu queria dizer-lhe tudo isso, mas não digo nada. Fico na minha. Ele também não diz nada.
Durante uns dez segundos, que parecem uma eternidade, ficamos os dois ali parados, no meio da cozinha, feito parvos. Um a olhar para a cara do outro. Quer dizer, cara é modo de falar. O olhar dele logo escorrega para o meu peito, para a minha barriga, para o meu pénis, que já começava a endurecer. Terá ele percebido que eu fiquei vermelho? Precisava de quebrar esse gelo. O tipo estava a tirar-me do sério. Já sei!
– Quer beber alguma coisa?
– Um copo de água.
Eu torcia para que ele pedisse algo mais forte, mas tudo bem. Quando abro o frigorífico, sinto uma mão dele no meu braço.
– Você tem uma pele tão macia...
Por um instante fiquei ali parado, com a porta do frigorífico aberta na minha cara e ele a apalpar-me por trás. A sua mão é meio áspera. Arrepio-me todo.
Nisso, viro-me de repente e encaro-o, olhando-o bem dentro dos olhos. Ele desvia o rosto. Agora não tens coragem, não é? Mas no elevador estás sempre a galar-me, cabrão! Não faz mal: é a minha vez de tomar a iniciativa. Ajoelho-me diante da sua braguilha. Abro-lhe o zíper e saco-lhe a verga para fora. Dura, é claro. Não é tão comprida como eu imaginava, mas é bem mais grossa. Num ápice, ponho-a toda na boca. O gajo geme que nem um desalmado. Abaixo-lhe as calças até aos pés e ele despe a camisa. Pronto! Há um homem despido na minha cozinha e eu estou a chupar o pau dele. Gosto disso!
Depois, vou-me afastando devagar, deixando só a cabecinha da gaita em contacto com os meus lábios. Começo a deslizar a língua para cima e para baixo, como se aquela tranca fosse um gelado.
– Calma, homem! Não se venha já. Nós ainda estamos a conhecer-nos.
– Não vai tirar a sua roupa também?
Vou, e é já. Consigo despir-me sem afastar o joelho do chão. E sem tirar o mangalho dele da minha boca! Puta técnica, meu. Anos de prática.
Levanto-me. Agora é ele quem pega no meu bacamarte. Dá-me um beijo na boca, outro no pescoço, outro no peito e outro no umbigo. A seguir, é ele quem está de boca cheia. Com o meu caralho, claro. Chupa bem, o desgraçado! Também deve ter muita quilometragem.
Mais um pouco e já estamos a rebolar pelo chão. O gajo sabe fazer de tudo, não tem a menor inibição. Que bom, porque eu também não tenho qualquer inibição. Putaria é comigo mesmo. Ainda mais com gajos casados. Dão-me o maior tesão!
Ele enfia a sua pica no meu cu e vem-se na segunda estocada. Goza, filho! Goza, que tesão recolhido faz mal à saúde! Mas eu não o deixo recompor-se. Volvidos breves segundos, já estou outra vez a sugá-lo... porque essa foda ainda só está a começar! Pronto, o seu piçalho endureceu de novo. Ele percebe que agora sou eu quem está a ponto de explodir e pede que me esporre na sua cara. Coitada da mulher dele!
E volta a foder-me. Desta vez, devagarinho... e bem gostoso! Sinto cada milímetro da sua verga a entrar dentro de mim. Às vezes, dói imenso dar o cu, mas... sei lá o que é que esse gajo tem... ele deixa-me completamente louco, aberto para o que der e vier. Deve ser porque é casado.
Vem-se nas minhas costas e cai refastelado no chão da cozinha. Acabou? Nããão!!!... O rapaz é versátil. Depois de me ter arrombado duas vezes seguidas, não é que ele me pede para lhe enfiar um dedo no cu, e depois o caralho? Está mesmo a fim de recuperar o tempo perdido. Danado!
A minha cobra nunca deslizou tão facilmente num buraco, e olhem que não temos nenhum lubrificante por perto. Ele não solta nem um ai. Deve estar louco para levar no cu.
A brincadeira prolonga-se pela tarde toda. Quando anoitece, sentimo-nos ambos exaustos, sem mais uma única gota de esperma dentro de nós. Saiu tudo. Hoje, o meu pénis não arrebita mais, nem por decreto-lei!
Ele levanta-se e finalmente bebe a água que pediu há horas.
– Quer água mais fresca?
O palerma nem se dá ao trabalho de responder. Veste a sua roupa e dirige-se para a porta. Antes de sair, solta um adeus sem olhar para mim. Mais nada. Nem sequer um beijinho de despedida!
Passo mais de uma semana sem o ver. Até que um dia o reencontro com a famelga toda no elevador: Esposa, Filha Um e Filha Dois. Tenho vontade de perguntar às miúdas como foi a visita à vovó. Mas contenho-me.
A Filha Um tem um pacote de pipocas na mão. Ela sorri para mim e oferece-me uma pipoca. Não é que o parvalhão afasta a mão da menina, dizendo-lhe:
– Não, querida, é melhor não falares com esse rapaz.
Saio do elevador puto da vida. Esse canalha não me volta a comer. Nunca mais!
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