LEIA PARA CONHECER
Entrei no táxi, cumprimentei o condutor e dei-lhe a direcção para onde queria ir.
– Boa noite. “Bar Azáfama”, por favor.
Os primeiros minutos da viagem pela cidade decorreram em silêncio até que a meio do percurso o motorista tomou a iniciativa de puxar pela conversa.
– Desculpe-me a pergunta, mas compreenda que na minha profissão tenho a obrigação de conhecer quase todos os cantos da cidade. Já levei vários clientes a esse bar e pelas aparências calculo que se trata de um bar gay, ou estarei enganado? Não quero com isto dizer que você tem ar gay, não leve a mal, mas a maioria que transportei, alguns aos pares, tipo casais de namorados, fizeram-me ficar com essa suspeita – falou olhando para trás na minha direcção várias vezes e depois esperou a resposta com os olhos no retrovisor continuando a fixar-me.
– De forma alguma, não está enganado. É um bar gay, de paneleiros, lésbicas, bis e até de heterossexuais, claro que esses são em menor número. – Tentei, sem qualquer tipo de constrangimento, satisfazer a sua curiosidade o melhor possível. Os taxistas para além de conhecerem toda a cidade são na sua grande maioria interessadamente muito curiosos e observadores em relação aos seus clientes.
– Bem me parecia. – Calou-se depois por mais uns breves momentos preparando talvez uma próxima pergunta ou à espera que eu prolongasse um pouco mais a conversa.
Não senti necessidade de acrescentar fosse o que fosse em relação ao que já lhe tinha dito, no entanto, como me irritam um pouco este tipo de pessoas que apreciam muito catalogar os restantes, provoquei-o para saber da sua personalidade, que à partida para mim seria ao nível da grande maioria, acrescentando:
– Mas se quiser conhecer melhor, um dia destes vá até lá beber um copo e ver o ambiente. Não tem que ter vergonha, ninguém ali o obrigará a fazer aquilo que você não vai querer. Depois de estar lá dentro perceberá que se sente bem e caso contrário tomará com certeza a decisão de se retirar sem que alguém dê importância ao facto.
– Não me leve a mal o que vou perguntar... – Ganhando mais confiança mas ainda timidamente acrescentou: – Você é gay? – Pausa curta e prosseguiu: – Faço-lhe a pergunta porque se for até posso falar mais à vontade consigo, se não for peço-lhe desculpa e falamos de outros assuntos, se quiser é claro.
– Esteja à vontade, pergunte o que lhe apetecer. Sou gay, ou paneleiro, como muitos dizem. Mas também já comi muitas mulheres, só que não prescindo de um bom homem na cama. – Não me apetecia estar para ali com conversa mais sofisticada perante o taxista e assim decidi ser directo e corriqueiro importando-me pouco ou mesmo nada com o que ele pudesse pensar. Já não tenho idade nem vida para me esconder.
– Sabe, sou casado, tenho um filho mas tenho alguma curiosidade em relação ao mundo gay. – Esta sua confissão surpreendeu-me, inicialmente até pensei que me iria falar acerca do filho que também seria gay mas não. Continuou: – Às vezes penso se também não seria capaz de ir para a cama com outro homem... – Olá!!! Depois disto pensei cá para mim «Cá está mais um casadinho curioso com tendência e pronto a novas experiências».
Não me contive:
– Então, se o deseja fazer, porque não experimenta? Não há nada como tentar esclarecermos pelo menos as nossas próprias dúvidas e satisfazermos os nossos desejos. – A conversa corria agora já com o carro parado à frente do bar. – No entanto, não pense que tudo possa correr bem logo à primeira, às vezes a nossa primeira vez não é uma coisa assim tão especial como desejaríamos. – Falava agora com experiência própria. – É preciso ir “entrando” aos poucos. Ter esse desejo para já é um bom sinal para vir a gostar. Se quer o meu conselho, siga em frente. Olhe, primeiro tente descobrir alguém sem preconceitos, ambientes como o deste bar podem ajudar. Porque não entra para beber e ver o ambiente? – disse enquanto começava a abrir a minha porta para sair.
– Hoje ainda não me sinto preparado mentalmente e o trabalho não mo permite. Garanto-lhe que estou tentado um dia destes a ir até aí. Se tivesse alguém que me “empurrasse” seria uma boa ajuda. – Parece que suplicava os meus préstimos.
– Se esse é o seu primeiro problema torna-se fácil resolver, eu próprio o ajudo. Quer o meu número e quando tiver oportunidade liga-me e depois trago-o cá? – sugeri-lhe.
– Agradeço-lhe muito – respondeu-me enquanto pegava no seu telemóvel para registar o número que lhe dei.
– Ligue à vontade, se puder nesse dia venho cá consigo. Quanto devo?
– Faço questão em não lhe debitar este serviço, você ajudou-me. – Atitude simpática da parte dele.
– Então pronto, pago-lhe o copo quando cá viermos os dois.
– Obrigado e boa noite, foi um grande prazer.
– Prazer meu. Boa noite e até um dia destes. – Despedi-me e bati a porta deslocando-me para a porta de entrada do bar. Senti que o carro continuava parado, talvez ele estivesse ainda a observar-me.
O interesse dele era manifesto, logo ao princípio da tarde do dia seguinte telefonava-me.
– Boa tarde, como está? Sou o taxista de ontem – iniciou assim a conversa.
– Não esperava que me ligasse tão rapidamente – disse-lhe sorrindo.
– Sabe, as minhas dúvidas arrastam-se há muito tempo mas acho que está na altura e aproveito o facto de você me ter caído do céu. Estou bastante ansioso.
– Está bem então, não tenho nada de especial planeado para hoje. Quer combinar como?
– Logo à noite, às onze, passo por sua casa para o ir buscar e vamos até lá – sugeriu-me.
– Às onze ainda deve estar pouca gente no bar, aquilo é bom quando está cheio, mas não faz mal, venha na mesma às onze, convido-o para primeiro bebermos um copo em minha casa e até conversar consigo sobre estas coisas, sempre se está mais sossegado e com pouco barulho e depois lá para a uma da madrugada vamos então até lá.
– Por mim pode ser – concordou com a minha sugestão.
Acertámos os pormenores para o encontro da noite e despedimo-nos com um até logo.
Quando àquela hora aproximada que combináramos a campainha da minha casa tocou, ainda me encontrava de robe branco curto e de chinelas de quarto. Não era por causa de segundas intenções em termos de o seduzir mas porque geralmente ando quase sempre assim por casa e a sua visita não previa que eu o recebesse de maneira diferente nem que alterasse os meus hábitos, daí estar assim mesmo sem me querer preocupar com as suas primeiras impressões. Quando abri a porta e me mostrei a sua cara denunciava um boa disposição para tão esperados momentos que começara a viver. Convidei-o a sentar-se no sofá da sala perguntando-lhe de seguida o que queria para beber. Depois de agradecer a minha gentileza escolheu a bebida e caminhei à frente dele em direcção à garrafeira para a preparar. Depois de a trazer, curvei-me perante ele para lha entregar e resolvi lançar a conversa para as razões daquele encontro. Descalcei as chinelas, juntei as pernas de lado no sofá de couro preto muito macio e mais pequeno colocado na perpendicular ao dele que era o maior.
– Não fique a pensar que estas coisas comecem a funcionar logo ao princípio – insisti nos meus conselhos. – Hoje vai começar a ver. Observe calmamente e deixe tudo acontecer na normalidade, a oportunidade há-de surgir.
– Não, estou calmo apesar do nervoso miudinho, claro que não vou precipitar as situações. – Ele parecia-me mais ou menos tranquilo. – Já que estamos aqui nesta conversa ajude-me também a dissipar uma outra dúvida que tenho exactamente porque não tenho convivido com esse mundo. – Bebeu um gole e prosseguiu: – Há mais homens que gostam de penetrar ou mais os que apreciam ser penetrados?
– Isso não lhe consigo dizer com toda a certeza mas pela minha experiência de vida acho que a maioria gosta de ser penetrada. É por exemplo o meu caso. – Quis que ele ficasse logo a saber das minhas preferências. – Já agora, que tipo de relação é que você quer tentar?
– Então olhe, se a coisa for assim como diz, eu pertenço à minoria.
– Segundo diz a maioria, você pertence ao grupo dos activos, apesar de eu não estar de muito de acordo com a expressão porque penso que um homem pode estar a ser penetrado e a ser mais activo que o parceiro, ou seja, depende muito de como a relação está a acontecer naquele momento – dei-lhe a minha versão de ver as coisas.
– Pois, compreendo – concordou sem grande convicção.
– Mas se você deseja mais ser o penetrador até pode tornar tudo muito mais fácil, encontrará certamente muito mais depressa alguém com quem ter relações sexuais. Não falta por aí gente à espera. Se então for bem dotado vão até querer mais.
– Acho que sou bem dotado, pelo menos é o que me diz a minha mulher, às vezes vê-se aflita e então se lhe tentar ir ao cuzinho é escusado, foge logo – riu-se.
– Para quem não aprecia levar no cuzinho os caralhos são todos grandes – disse-lhe com ar desdenhando como que a criticar tal ignorância daquelas criaturas. – Ai se elas soubessem gostar, passariam a vida agarradas a eles – concluí.
Até este momento aquele homem nunca despertara em mim qualquer desejo, não me atraía fisicamente, não era um homem bonito mas, mais importante que tudo, eu não sentia qualquer sex-appeal por ele e até chegara a pensar que ele procurava um homem que o penetrasse. A minha conversa era tida simplesmente com o intuito de o tentar ajudar, mas agora talvez por me ter dito que era activo e sobretudo bem dotado a situação começara a mudar e entusiasmava-me. Já tinha conhecido outros com aspecto bem pior do que aquele e mesmo assim tinha-os levado para a cama. Como também ultimamente não tinha companhia, talvez aquele tipo poderia proporcionar uma boa foda. Para mim ele ainda tinha uma outra vantagem, dissera-me que era casado, aprecio o facto em termos de aventura, ir para a cama com um homem nessa situação, mostrar-lhes que nem só as mulheres podem adorar ter um homem dentro de si, sentir um grande prazer e retribui-lo. Depois da primeira vez com cada um deles aprecio que me voltem a desejar de novo rapidamente caso as suas “aptidões” me agradem.
– Se eu fosse um homem com sorte até não teria muito que procurar.
A esta sua afirmação intuí que ele tentava aliciar-me, no entanto fiz de conta não o ter entendido e perguntei-lhe:
– Porquê diz isso independentemente de a sorte também ser importante?
– Não leve a mal confessar-lhe mas devo dizer que não me importaria de ter essa tal primeira experiência consigo. – Fixou-me nos olhos para ver a minha reacção.
– Acha que o atraio suficientemente para isso? – Também iniciara assim a minha fase de sedução.
– Tem um corpo que me agrada, é muito simpático e bom tipo. Começo até a ficar excitado. Gostava também que sentisse o mesmo por mim.
– Não me desagrada e obrigado pelos elogios. Ainda por cima disse-me que é bem dotado e eu sou muito apreciador.
– Quer vê-lo? Já está até bem crescido. – Dirigiu então a mão para o volume debaixo das calças apertando-o.
Continuávamos sentados cada um no seu sofá e nas mesmas posições. Observei bem as dimensões dos dedos das suas mãos, como faço com a generalidade dos homens, penso que o seu tamanho dá algumas indicações sobre como podem ser os seus pénis. Sei que não é cientifico mas é mania muito minha. Eu já fixara por breves momentos os meus olhos na sua mão agarrada às calças e ao membro. Parecia-me volumoso. Perguntei-lhe de seguida:
– Não mo quer mostrar ali no quarto?
Os planos de irmos primeiro ao bar estavam a cair por terra.
– Quero. – Não hesitou.
Pus-me de pé, calcei as chinelas, dei um passo na sua direcção, dei-lhe a minha mão direita como que a puxá-lo para se levantar, sorri-lhe e sussurrei-lhe simplesmente:
– Vamos.
De mãos dadas comigo à frente caminhámos na direcção do meu quarto.
Quando com ele deitado de costas na minha cama lhe baixei as calças e os slipes, confirmei que realmente era muito bem dotado, dos mais dotados até com quem me deitara dezenas de vezes. Fui logo ali tocando-lhe com os lábios, esfregando-lhe a minha face enquanto o elogiava pelo portento e, depois de não resistir mais, comecei a chupá-lo aplicando toda a minha técnica para lhe demonstrar a minha competência e colocá-lo em “órbita”. Molhava-o cada vez mais e enrolava com a língua várias vezes a grande glande. Parava e admirava a sua primeira gota a ser expelida, limpava-a de novo com a língua para depois brochá-lo durante mais longos tempos. Levei-o aos limites. Ele não parava de me elogiar na minha tarefa até pedir para entrar no meu cuzinho. A brincar disse-lhe:
– Vê lá se depois não gostas – enquanto nos íamos já despindo totalmente.
– Pela amostra tenho a certeza de que vai ser bom – respondeu-me.
– Tens preferência especial por alguma posição?
– Qualquer uma. Quero é que tu me ensines tudo, estou a começar a gostar muito.
Como não decidiu, tomei eu a iniciativa.
– Vou-me então pôr de quatro. Acho que a generalidade dos homens gosta desta posição para penetrar assim como também os penetrados.
Coloquei-me a jeito, tal como acabara de dizer. Em poucos segundos já sentia o rasgar das minhas entranhas.
– Devagar porque és enorme e estás muito duro. – Tive de lhe dizer para travar um pouco o seu ímpeto inicial.
– Não te quero magoar, desculpa, estás-me a dar muita tesão. Vou-te meter todo mas sem te aleijar.
Não me magoou mas sentia já uma dor provocada pelo alargar do meu cuzinho motivado pela perfuração que ele exercia docemente. Quando entrou totalmente gemi alto. Os movimentos começaram a acelerar enquanto ambos delirávamos, espremendo-nos e exprimindo-nos. O físico começara a dar os primeiros sinais de fadiga porque tudo aquilo já durava há bastante tempo. Quis ouvir a sua opinião:
– Estás a gostar da experiência?
– Vou querer sempre isto, sobretudo contigo, se quiseres. Vais-me ficar inesquecível. Isto é melhor do que esperava – dizia-me entre os nossos gemidos e o ranger da cama sem nunca parar os seus contínuos e profundos movimentos de quadris.
– Então vamos parar. Temos tempo, descansamos e só te vais esporrar quando já não aguentares mais. Temos a noite quase toda para nós. Que se foda hoje o bar, está bem? – Sugeri porque também já me sentia completamente extenuado, pénis grossos e grandes não são fáceis para um cuzinho aguentar durante muito tempo apesar do desejo se manter.
– Acho bem, também estou a ficar cansado, vamos parar um pouco.
Depois de se retirar muito suavemente de dentro de mim, saiu da cama e dirigiu-se para o WC. Agora o som presente era apenas o da torneira da água quente do bidé enquanto eu me mantinha em completo delírio deitado na cama.
Não sei como depois tive condições para durante todo o resto da noite continuar a gozar muito loucamente as mais de cinco investidas que ele cometeu das formas mais diversas. Nunca conhecera até aquela data um outro homem tão insaciável. Fez-me pedir rendição para parar de vez em quando para que eu pudesse voltar a recuperar o meu muito debilitado físico e ser de novo assaltado por um grande tesão depois de ele também voltar a desejar-me. Quando atingimos os limites chegara a hora de ele também partir, terminando o seu horário laboral nocturno que dissera ir fazer quando à tarde se despedira da sua mulher. Não foi necessário combinar nada de especial para que nos voltássemos a encontrar. Como tinha corrido a noite ficou patente para os dois que tal iria acontecer mais tarde ou mais cedo. Quando de novo vestido de robe me despedi dele à porta de casa disse-lhe apenas:
– Quando der para ires lá ao bar telefona-me. Como viste, hoje não se proporcionou, o programa foi alterado por motivos de força maior. Até pode ser que nessa altura encontres por lá um bom homem – afirmei-o cinicamente.
– Claro que telefono, mas só para ver o ambiente porque o homem bom levo-o comigo – respondeu-me.
– Não te esqueças que a vida guarda-nos sempre grandes surpresas – avisei-o.
– É verdade, ainda hoje vivi uma delas – confessou-me. O mesmo se passara comigo naquela noite.
Depois de uma leve beijoca nos lábios desapareceu-me pela porta do elevador. Quando regressei ao quarto para pensar, descansar e dormir, fiz aquilo que me é habitual depois das minhas relações sexuais. Hoje as razões eram as mais fortes de sempre. Despi-me do robe e dobrei-me com as nádegas viradas para espelho do quarto, afastei-as com as mãos e observei a zona onde tanto gozara durante a noite. Os sinais eram visíveis, nada do que eu não imaginasse pois sentia-o muito mexido. Via-o rasgado e com as marcas de algo que tentaram virar do avesso. A recuperação iria certamente demorar algum tempo. Podia agora dormir feliz e descansado. Deitei-me, agradeci a Deus a minha felicidade, fechei os olhos, mas não adormeci sem voltar a recordar a noite que acabara de viver e sonhar já com o próximo encontro. Aquele era um dos homens que eu queria de novo.
Estava com sono e cansado para continuar a ler até descobrir como tudo iria ser no futuro em relação àquela ligação, como ainda ia nas primeiras páginas deste conto erótico que começara a devorar na noite anterior, não tinha forças, apesar da vontade, para o consumir totalmente só nesta tardia madrugada pois ainda restavam centenas de páginas para conhecer toda a história daquele romance. Marquei o capítulo que acabara de ler, coloquei o livro na mesa-de-cabeceira e apaguei a luz. No dia seguinte teria tempo para conhecer excitadamente muito mais acerca da vida destes dois homens. Podia imaginar e fantasiar o seu futuro mas tal não corresponder ao que de facto se iria passar com aquela história. Era melhor dormir e aguardar tranquilamente pelos próximos capítulos.
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